Scene 0010 - Igor e Gabriel

Perante a ignorância de Hector, Igor olhar para Gabriel com um olhar típico que ele já conhecia, logo em seguida ela volta os olhares para Hector e diz — Perante as novas circunstâncias, acredito que seja mais prudente nós cuidarmos dos Cabeças de pá, do transporte que por sinal não será militar pois chama muita atenção e da comunicação. Acredito que os Nosferatu devem possuir uma solução para isso, não é Gabriel? Talvez alguma freqüência especial, ou, coisa do gênero. Hector, preciso que seu sacerdote começe a trabalhar nos cabeças de pá imediatamente, e Gabriel, preciso que você cuide das questões de transporte e comunicação ainda hoje. Amanhã ao anoitecer vamos começar o cerco. Sobre os planos alternativos, acho que só vamos poder discuti-los após a reunião com Damien desta noite, não é Gabriel? Só com essas informações vamos poder escolher a melhor maneira de distração, para nós entrarmos.

— Okay, vamos por partes.

Sobre os vósguis: Eu só ouvi lendas a respeito destes monstros de Frankenstein, e se forem metade do que eu ouvi, realmente fazem jus ao que está dizendo, irmão Hector. Só não sei se seu sacerdote teria tempo pra isso, então, infelizmente, sugiro descartarmos esta opção pelo cronograma.

Sobre a distração: Temos uma situação complicada aqui. Podemos explodir o armazém Brujah durante a tarde, e isso faria com que a Camarilla já acordasse achando que estamos dentro de Toulousse; Ou podemos criar a distração para que achem que estamos vindo por La Pyrénéenne e explodimos o armazém no começo da noite. Não dá pra "chamar" os militares e criar a tal distração, é o que quero dizer. Ou uma coisa, ou outra.

Sobre os militares: Ou os emboscamos no norte, e pra isso temos que explodir o armazém à tarde, ou damos a volta e pegamos a base, e isso estraga o cronograma.

Sobre a comunicação: Eu acredito que os Nosferatu tenham o equipamento, meu senhor, mas não seria simplesmente um canal extra no rádio, deve ser algo que demanda preparação do equipamento. Se eles não tiverem como arrumar nossos rádios de hoje pra amanhã, ou não tiverem como me entregar o equipamento hoje para que eu traga de volta a Muret, perdemos o cronograma. Sugiro que pensemos em uma alternativa agora, para evitar este problema, ou caso eles não possuam tal equipamento... e eu sugiro que deixemos o mínimo possível nas mãos dos Ratos... Se não acharmos outra alternativa, ficamos à mercê do que Damien tiver pra hoje.

Sobre o transporte: Não seria difícil encontrar caminhões-baú em Muret, como empresas de mudanças e transportes, etc. Eu estarei em reunião, meu senhor, só poderei buscar os veículos na volta. Não quero me esquivar da obrigação, mas não seria melhor que designasse outro grupo para conseguir estes veículos enquanto estou falando com Desmarais?

Igor se irrita com a ignorância de Gabriel e decide ironiza-lo — Vamos lá, irei falar por partes também. Primeiro: É VOZHD! Não Vósguis, compreendeu ignorante? Hahaha . . . — Igor agora fica sério, o momento de diversão acabara — Realmente, eu não tenho certeza, mas se for possível faremos um Vozhd. Depende do sacerdote, apropósito preciso que você me apresente ele o mais rápido possível — Olha rapidamente para Hector e volta a sua atenção a Gabriel — Confirme nossas previsões sobre as ações do inimigo pós ataque, vamos nos preparar para explodir o armazém brujah a noite. Quem vai liderar a equipe de ataque será você Javier, se preciso você e sua equipe dormirão hoje em solo inimigo, nos refúgios Nosferatu. E isso é uma exigência minha, compreendeu Gabriel? Não importa como, mas eu quero que esse armazém esteja aos pedaços na noite de amanhã entendeste? — Igor olha agora para Joaquín — Escute com atenção, Joaquín, você e sua equipe estão encarregados de interceptar o comboio militar vindo do norte, re-aproveitaremos tudo que eles tiverem de útil para nós, mas acredito que não vamos utilizar transporte militar para entrar em Toulouse, é muito inviável. . . Por tanto vocês tem que tratar de arranjar transporte adequado comum para transportar nossas forças. A distração é fundamental, rapazes, vocês acham que seria possível utilizar os militares como distração na Pyrénéenne ? Enquanto nós entramos pela rota secundária com o transporte comum — Igor se lembra logo após, aparentemente, concluir — Só precisamos da parafernalha comunicativa, nós temos uma linguagem apropriada para evitar que qualquer leigo nos entenda. Uma frequência segura seria só mais uma prevenção, com nossa linguagem codificada só precisamos da parafernalha, então tente conseguir o máximo que puder.

Gabriel deixa a cabeça pender para o lado ao ouvir seu Ductus.

— Fala com a propriedade de um sacerdode Tzimisce, Señor Durkhein. — Olha para seu relógio. — Sobre os militares, afirmo que não virão por La Pyrénéenne, e sim pelo norte. Se o plano for atacar amanhã, é melhor que a equipe para emboscá-los seja destacada e enviada ao término desta reunião. Tenho uma dúvida, meu senhor: A explosão do armazem será o "gatilho" para que os reforços militares sejam encaminhados a Toulousse?

— Minha idéia é que após o intercepto do comboio militar, acionado pelos atentados terroristas, a mesma equipe faça uma boa bagunça em La Pyrénéenne para que nós possamos entrar pela rota secundária. Como você mesmo sugeriu: vamos explodir algum local de importância na cidade para que os militares possam ser convocados e explodiremos o armazém também. Enquanto uma equipe distrai o inimigo, o restante de nossas forças entram pela rota secundária. Depois seguiremos com o plano normalmente. Alguém se voluntaria para a equipe de intercepto e distração ?

— Se explodirmos alguma coisa lá dentro, a Camarilla vai achar que já estamos em Toulousse, e não teremos como fazê-los tentar proteger as fronteiras, senhor. Além disso, devo lhe informar, novamente, que as tropas militares chegarão pelo norte, e La Pyrénéenne fica ao sul. Se a mesma tropa interceptar os militares 4 ou 5 horas depois do atentado, terá que dar a volta por Toulousse, e isso não é nem um pouco rápido.

— Temos que pensar em outra distração. É melhor fazer com que eles se foquem em proteger as fronteira, enquanto entramos pela rota secundária. E se tentarmos entrar sem nenhuma distração? Somente com os caminhões baú comuns.

— Podemos entrar sem nenhuma distração, mas isso seria arriscar que realmente não seríamos percebidos. Então está descartando a emboscada dos militares?

— Infelizmente temos que descartar esta possibilidade, afinal não vejo proveito algum em usar os militares. Seu armamento dispensável. Seu transporte chamativo. Sua rota, completamente paralela a nossa. Você pode então me fazer ver alguma forma de utiliza-los ?

— Quando a bagunça começar de verdade — diz Joaquín — os militares virão, o que significa que as defesas da cidade terão um adicional bem equipado.

— Concordo, irmão Joaquín. Temos que nos preparar para enfrentá-los quando isso acontecer. Poderia me falar mais sobre seu armamento? Sei que as AKs são metralhadoras, mas o que exatamente seriam RPGs e .50s?

— Lembrem-se que depois que nos entrarmos nos vamos explodir todas as pontes, ou seja, ninguém entra ou sai após entrarmos. É só uma questão de comunicação, assim que os caminhões entrarem, uma equipe ficará encarregada de explodir as pontes.

Antes de deixar a cidade, Gabriel solicita uma rápida audiência com Igor.

Igor se dirige para um local reservado junto a Gabriel — Seja rápido, nosso tempo é precioso —

O único movimento do Nosferatu, que permanecia parado em posição de sentido com as mãos para trás, foi um leve aceno com a cabeça, praticamente impercepível.

— Senhor, sim senhor. Serei breve e lhe farei apenas três perguntas: 1- Nosso Serafim ordenou este ataque para demonstrar força àqueles que duvidam que seja tão bom quanto Monçada, para não ser considerado menos capaz belicamente que o III Reich, ou esta foi uma ordem superior? 2- Ele seguirá com esta campanha até Paris, nos destacando para continuar e nos dando apoio, ou nos mantendo como apoio para outros kamuts até lá? 3- Este não é um teste para mostrar aos que duvidam do Projeto Sírius? Digo, se vencermos, o Serafim prova que somos úteis, e isso basta. Se perdermos, somos eliminados e ele tem uma dor de cabeça a menos?

Gabriel abaixa a cabeça por um momento, ergue-a e termina:

— Pergunto isto para saber o que nos espera após Toulousse, meu senhor. Não quero alimentar a esperança de que finalmente farei parte da queda da Camarilla se ela não existir, e sei que, como mais próximo do Protetor, o senhor pode respondê-las.

— Você deveria saber, nessa altura, que nós não fazemos julgamento de valores, principalmente de um Seraphim. Não sei ao certo, o Seraphim, sabe muito bem nosso valor. Mas não depende mais única e exclusivamente dele, existem, existem muitos influentes que a muito desejam ver nosso fracasso. Dariam muito para ter nossa cabeça numa bandeia. Portanto não podemos partir da premissa que nós vamos ser destacados, ou, que vamos receber qualquer apoio. Não, isso não é um teste. Isso é Jyhad! — Igor para por alguns instantes — Dispensado!

— Senhor, sim senhor.

Gabriel não diz mais nenhuma palavra, e parte para os preparativos finais de seu encontro com Desmarais.