Karl Landsteiner

-Interessante...-comentou Karl para si mesmo.

Após reler os tomos que achou, Karl voltou ao scriptorium e começou a fazer anotações ,não por que achasse que o trabalho dele deveria ser esse, na verdade ele estava anotando para ele mesmo, e para seu próprio interesse , logo ele escreveu o esboço a seguir.

"Aparentemente o artificio usado nos espelhos fazem parte de algum ritual já difundido , Não compreendo porém como ele é possível, porém tenho uma teoria , é impossível desaparecer de um ponto A e re-aparecer no ponto B , é absolutamente necessário percorrer o espaço entre ambos os pontos, de tal forma, minha teoria inicial é a de que os artificio usado nos espelhos não ignora a distancia entre pontos distintos, mas as encurta, não faço ideia de como foram capaz de cria tal coisa, mas com esse artificio, aparentemente podem-se criar Curvas na realidade, de forma que dois pontos distintos e distantes , se encontrem um com o outro num determinado local, apelidado de "portal" , de certa forma, não há magica alguma no ato de atravessar um portal, você apenas caminha de um ponto a outro, a magia está em criar o portal, dobrando o espaço de forma que ambos os locais fiquem um "sob" o outro , Pesquisarei melhor essa teoria e procurarei compreender as forças capazes de criar algo como isso.

Anotações para mim mesmo: Pesquisar a intangibilidade absoluta e averiguar sua relação com o artificio usado nos espelhos"

Após Escrever freneticamente Karl volta a biblioteca e se deleita em mais informações Sobre esse aparente ritual, e também tenta procurar Informações sobre um ritual do qual ele somente ouviu falar: se tornar intangível, mas não em uma experiencia extra corpórea, mas sim de forma absoluta.

Então ele se lembrou que Charlotte disse que caso tivesse alguma duvida poderia chama-la , Karl não sabia exatamente onde procura-la, então Apenas tentou Falar em voz alta.

-Charlotte?

Poucos instantes depois, Karl ouve passos no corredor e a tremere entra no scriptorium.

— Pois não — diz Charlotte.

Karl não se surpreende muito , então apenas começa a fazer seus pedidos.

-Gostaria que me...- Karl estava prestes a dizer "me levasse até Jennifer " mas se controlou , diabos! ele tinha toda eternidade para falar com quem quisesse, e não iria ficar afobado agora , a confusão fez ele ficar alguns instantes calado antes que ele continuasse "de onde parou" -...Ensinasse este ritual aqui-Diz Karl apontando para os tomos que abordavam os espelhos -E me instruísse também sobre como o ritual foi criado e por quem foi criado, se possível. -Completou Karl

Karl ficou meio estupefatos, demonios? 4 mil anos atrás?mitos sendo comentados como se fossem verdade, por onde começar a perguntar?

Talves devesse ignorar a parte dos demonios, francamente, deveria ser algum tipo de fenomeno que eles não entenderam e julgaram ser obra do demonio, mas lhe incomodava falarem de mitologia como se fosse real...mas ora, ok, essa podia ser uma versão romanceada do que realmente aconteceu,no caso ,usando personagens mitologicos.

As explicações que Karl arranjava pra desmentir as informações eram variadas , mas ele se interessou muito por certas coisas, as julgando menor "viajadas" , como os magi

-Sobre os...magos, meu senhor também me falou sobre eles, A casa de hermes certo? sempre imaginei que não faria sentido nós podermos usar os fenômenos chamados de magia , mas pessoas normais não , queria saber mais sobre eles...por que aparentemente não temos m,ais contatos com eles? penso que poderíamos estudar juntos , e nos ajudar..mas aparentemente isso é uma especie de tabu, pode me explicar isso direito?-perguntava Karl tentando pegar as duvidas mais "simples" primeiro

Karl coça a cabeça, realmente estava perdido naquela conversa, lhe pareceu por acaso, que Charlotte seria como os professores de filosofia ou aqueles magos de livros infantis, se você lhe perguntasse uma coisa, ela lhe dava uma resposta exata , mas sem sentido algum.

- oh , bem, me desculpe mas tenho que admitir que entendi muito pouco do que falou, acho que ainda preciso estudar para chegar a um patamar onde eu entenda alguns conceitos do qual você me falou...-Dizia karl, como que justificando sua ignorancia.

- Então..você pode me dar uma ajuda com isso? Talves me indicar os livros certos para começar, e me dizer quais línguas aprender para não ter que te fazer vir me ajudar sempre? eu só falo ingles e alemão, me desculpe a falta de versatilidade..-dizia Karl envergonhado.

Ele realmente não havia se sentido antes , mas reconhecia que tinha todo tempo para aprender mais línguas enquanto havia estado com seu senhor mas mesmo assim não se interessou em aprende-las

Karl só esperava que Charlotte lhe ajudasse bastante, e o deixasse bem ocupado, de forma que ele afastasse Jenny da cabeça.

Karl congelou ao ouvir a voz de Jenny tão inesperadamente, de tão surpreso ficou imóvel por alguns segundos até ter certeza de que conseguiria falar normalmente.

-ah..Estou tentando aprender os conceitos básicos , não pensei que iria ver você tão cedo -dizia Karl enquanto se virava para olhar a mesma.

Karl estava se sentindo ligeiramente apreensivo com a visita e Jenny , qual seria o motivo dela vir ali? Karl estava obviamente feliz por poder falar com ela novamente, mas se toda vez que ele estivesse começando a aprender algo ela o visitasse, ele jamais iria aprender nada.

-hm..a oque devo a visita?-arriscou Karl enquanto tentava desviar o olhar de Jenny , inutilmente.

Atenção especial? Karl deveria ficar feliz ou preocupado? talves ambos?
Se soubesse ao certo o que estava acontecendo, talves Karl até concordasse com a atitude de Charlotte, Talves saber o basico do basico fosse o melhor para Karl, além disso ele poderia ficar com Jenny , apesar de ficar feliz com essa perspectiva, esperava não estar sendo um estorvo para o clã.

-...Certo,me desculpe caso meus conhecimentos na historia do clã estejam abaixo do padrão, mas não é culpa do meu Regente anterior, Ele me ensinou tudo que eu deveria saber , se há algo que eu não sei, é por pura incompetência minha- Dizia Karl

Ele obviamente se sentia profundamente envergonhando de assumir tamanha ignorância na frente de Jenny, mas não podia deixar que todos ali pensassem, que Nelsan, um regente, era incapaz de ensinar o basico aos aprendizes de sua capela.
Karl admirava seu senhor e era grato a ele, Sabia obviamente que ele deveria ser menos poderosos e culto que muitos dos tremere na capela dos espelhos, mas mesmo assim nutria por ele uma lealdade sem igual.

-apenas me deixe pegar minhas coisas e estarei pronto- Completou Karl pedindo permissão para pegar os pertences, e o fazendo logo em seguida, bem rápido para não causar nenhum incomodo a Jenny.

Karl tem a impressão de que tropeça e se sente tonto, ou melhor, ele desejava ter tido essa impressão, ouvir vozes quando não se tem a desculpa de ter ficado enjoado não era bom.

Por alguns momentos Karl pensa em perguntar a Jenny o que seria aquilo , mas por medo de que ela o achasse maluco, resolve não contar.

Depois de alguns momentos onde aparentemente ignora jenny olhando para um ponto vazio na parede , Karl cai em si e olha a sua volta.

-perdoe-me, estava perdido em pensamentos ...então?- Karl não sabia realmente o que fazer,estava começando a se sentir deslocado na capela dos espelhos, e karl gostava de saber das coisas.

Karl ajeita o terno olhando com seriedade para um ponto avulso da cortina ,enquanto pensava.


"Você precisa estar focado Karl , sem concentração , não pode utilizar sua inteligencia, sem inteligencia você não ajudará em nada o clã, e sem o clã , você não é nada!"repetia Karl em sua mente como uma especie de mantra, era obvio que outra parte dele, uma bem escondida, passional , não queria saber de nada disso, mas era obvio, após décadas de estudos metódicos e concentração, as emoções de Karl estavam enclausuradas em algum recanto de sua alma, não que ele não as tivesse, mas ela precisavam da permissão dele para se que se manifestassem em sorrisos, descontração e afeto , e não era agora que elas iriam tomar o controle dele , Karl conhecia Jenny a quanto tempo ? droga! por 1 segundo ele pensou que fossem anos, mas se lembrou de que era apenas um dia , além disso não havia aparente motivo para ele estar tão atraído por ela, não que estivesse atraído de uma maneira sexual, mas a atração era inegável, e inexplicável, e karl não gostava de coisas inexplicáveis...


Karl então se pegou perdido em pensamentos sendo observado por Jenny , mal ouviu o que ela havia dito

-oh, me desculpe, me desculpe, eu as vezes sou acometido por pensamentos súbitos e fico perdido neles , me desculpe...ahn...vamos começar os estudos agora?

Karl por instantes tenta se lembrar de quando isso lhe acontecerá no passado? talves um sonho esquecido? uma mero truque de seu cérebro...inferno, ele esqueceu q tecnicamente seu cérebro estava morto, mas ao se lembrar logo recomeçou a pensar em todas as hipóteses que criou sobre o estado de morte vampírico se apenas aparente , de qualquer modo resolveu parar de divagar , se ficasse meia hora pensando a cada frase de Jenny , ficaria louco!

-Aprender , mas não estudar? eu não entendo a relação...-comentou Karl


A verdade é que ele estava começando a se sentir estressado ,não que estivesse com raiva de Jenny , ou de qualquer um, mas a quantidade de emoções sem aparente motivo sentidos por Karl, a quantidade de informação recebida que ia de encontro ao que ele acreditava , tudo isso contribuía para ele se sentir chateado, tudo que ele queria era ficar sozinho novamente na capela do seu senhor, estudando com seu próprio ritmo , sem sofrer sentimentos repentinos por pessoas que mal conhece

— Certas coisas a gente não estuda para aprender, Karl — diz Jenny — Andar de bicicleta, por exemplo. Bem, vou deixá-lo a vontade. Se precisar de mim, estarei na biblioteca.

-Espere!...eu não sei exatamente d oque deveria fazer, o que tenho que aprender aqui?



Karl não queria mais ser deixado a só para fazer um tarefa que ele supostamente deveria fazer mas nõa tinha ideia do que era.

— Não se preocupe com isso, Karl — diz Jenny — quero apenas que você se sinta confortável. Talvez você queira um dormitório mais espaçoso...

Ela deixa a frase no ar, quase como uma pergunta.

- não, não será necessário...- disse karl de forma vaga.



Karl estava se sentindo ligeiramente desanimado agora, ele achava que seria mais fácil se eles fossem mais diretos em suas demandas... aquilo era tão estranho que ele pensava que havia chances de simplesmente o deixarem para sempre dentro daquele quarto, sem jamais cobrar nada dele, sem jamais explicar nada a ele.

Karl continuava achando que se enfurnar na biblioteca e ler sobre a historia do clã seria mais pratico , mas a presença de Jenny lhe agradava tanto , que ele começava e inventar desculpas para ver a informalidade dela como uma qualidade , como comparar essas caminhadas ao método de ensino de algumas escolas da grecia antiga , onde ao ar livre o mestre ensinava aos alunos sobre os assuntos que surgiam espontaneamente.

Outra coisa que fazia Karl ficar admirado era esse ligeiro desapego de Jenny pelas tradições, ela não parecia se importar se a historia do clã era um grupo de Metáforas e Contos ou se tudo aquilo havia acontecido de fato. Karl percebeu que Jenny possuía de sobra algo que possivelmente ele só percebeu agora lhe estar faltando : tolerância.

Karl já havia visto diversos tremeres bitolados , como Charlotte , que acreditavam piamente no que lhe foi ensinado, sem jamais questionar, sem jamais aceitar outra verdade , como se aceitar uma visão diferente fosse destruir todas as ideias engessadas que o individuo tinha como verdade absoluta , como se fosse anular todos os conhecimentos. E Karl percebeu que ele também havia se tornado bitolado sem perceber , colocando o método cientifico acima de todos, não que ele tivesse mudado após os passeios com Jenny, mas estava mais preparado para aceitar novas verdades, sem achar que elas agrediriam seus conhecimentos.



DUCADO DE WESTMINSTER – 22/JUL/1956 – LIGHT - JENNY – KARL

— Hoje, você vai conhecer meu marido — diz Jenny, em meio a um “jantar” em um dos restaurantes mais badalados de Londres.

Marido? Karl realmente sentia vontade de questionar isso, um cainita se casando era ridículo, mesmo que fosse com outro cainita , mas tentando por em pratica os verdadeiros ensinamentos de Jenny, os da tolerancia, Karl decide não perguntar nada, na verdade mentalmente ele pensou <Por que não?

Embora estivesse pronto para aceitar melhor essa ideia de marido , no fundo Karl se sentia decepcionado por ela ser casada , alguma parte obscura do coração de Karl sentia como se tivesse perdido algo, mas para sua própria surpresa seus subconsciente trabalhou sozinho e lhe ofereceu uma solução , Mesmo que Jenny não fosse casada ela não deveria ser a conjunge de Karl, na verdade esse pensamento foi uma confusão momentânea, agora estava claro , Jenny era apenas a mestre de Karl , alguém que em meio aos afazeres e preocupações se permitia ser gentil, que se importava com os outros, a Relação entre eles deveria ser de mestre e aluno, mas isso não fez Karl ficar aflito, pelo contrario, o animou, as coisas pareciam mais claras e decididas na sua mente, Jenny era sua verdadeira mestra na capela dos espelhos, quem se importava com os cargos, para Karl Jenny era a verdadeira regente da capela dos espelhos, e ele seria grato e leal a ela para sempre, a considerando alguém tão importante para ele quanto seu próprio senhor.

Mesmo Após ver a... exuberância por assim dizer, do Marido de Jenny, Karl tentou não se chocar, não que se saísse muito bem, mas se saiu bem melhor do que pensaria poder.


Após as apresentações Karl cumprimentou o homem.

-Boa noite...hmm...é um prazer conhece-lo - Dizer que era um prazer conhecer alguém daquele jeito realmente custou bastante da recém adquirida tolerância de Karl , mas ela encarou aquilo como um sacrifício a ser feito , além disso, não queria desagradar a Jenny.

-por favor me desculpe qualquer gafe Sr.Lightbringer , fico um pouco deslocado em situações sociais ,espero não lhe desagradar - era mais fácil para Karl demonstrar respeito a ele através de desculpas do que de forma natural.

Karl estava um pouco desconcertado com a situação , Eles eram realmente marido e mulher ?

Apesar de gostar de Jenny perto dele, Karl achava que ela não deveria fazer isso , isso só atiçava sentimentos em Karl, sentimentos do qual ele acabará de pensar ter esclarecido , estava perdido na conversa de forma que ficou envolto em pensamentos e se surpreendeu quando Lightbringer falou com ele.


-algo em particular...bem..não sei , Sua alcunha é lightbringer não? por que?- Karl realmente estava curioso sobre aquilo pouco antes de ficar perdido em pensamentos, mas agora não perguntava pela curiosidade e sim por que era o unico assunto formulado em sua cabeça.