Vlach Petrescu

— Meu nome é Ella, lorde — a criada diz — já me perguntou isso ontem. E já lhe disse que não temos permissão para conversar.

E, apesar disso, ela lhe sorri, mostrando que seu encanto por Vlach é maior do que sua disposição em obedecer suas governantes demoníacas.

Vlach então se entrega aos encantos da menina para sobreviver.

- Me perdoe a indelicadeza, a insanidade deve estar me consumindo. Mas ainda que eu lembrasse, eu perguntaria só para ouví-la falar de novo. Sua voz é linda, já lhe disseram isso?

- Mais uma vez estou aqui lhe tentando, não é mesmo? Você firme obedecendo as ordens da condessa e eu aqui tentando desviar você de seu rumo. Acontece, que és a única pessoa humana com quem tenho tido contato .... e que serás a última que verei antes de encontrar a morte.

- Meu tempo se acaba e não gostaria de passar esse final sozinho. O que lhe suplico é que não me deixe morrer só.

- Se possível ... ainda que você não fale comigo... eu gostaria apenas que você me trouxesse o telefone ... para que eu pudesse ouvir a voz de meu Tatăl (pai) e de minha mama (mãe) que estão preocupados comigo na Romênia antes de morrer. Eu não os falaria da minha morte, mas inventaria algo para que não me procurassem mais ... para que não tivessem mais esperanças de ver novamente... qualquer coisa para que seus corações, ainda que magoados pudessem ter algum conforto.

- Sabe, querida, carregar o peso da morte é bem mais fácil que viver com o fardo do homicídio e de todas as devassidões e degenerações que por aqui passei. A maior punição que me poderia acontecer, seria viver. O amor que eu tinha por Katherine e achei que ela já teve por mim, nunca passou de encantamentos e magias pagãs daquela demônia.

Vlach olha para a menina naquele instante e diz:

- Nada comparado com a química e desejo que abate meu peito por você agora. Tudo artificial, muito irreal e mundano.

Vlach se entrega Às lágrimas e mais uma vez insiste:

- Seria muito implorar e me dispor a fazer o que você queira até que a minha morte chegue, para que eu possa dar este humilde telefonema? Pense no sofrimento de uma família tão tradicional quanto a da própria coroa perdendo um de seus filhos? Até porque, eles sabem quem vim a Londres com Kath. Meu desaparecimento repentino sem deixar rastros, poderia facilmente trazer suspeitas à esta casa, o que não seria de bom grado para vossas senhoras.

- Pense com calma e depois me diga, se não vale a pena realizar o desejo de um condenado ao mesmo tempo que salvará a pele de suas senhoras. ...

Vlach estava visivelmente entregue e exausto.

Vlach, ainda amarrado, dá um leve sorriso.

- Ok, meu amor. Como eu disse, não farei que descumpra as suas ordens para realizar meu último desejo. Não peça desculpas, é perfeitamente compreensível que o seu dever e sua vida valem mais que isso.

- Só quero que você saiba, se eu morrer agora, você será a última pessoa no meu pensamento. Levarei com carinho essas lembranças, seja para onde for meu corpo enviado. Você é uma dádiva, um ser puro. Não deveria estar aqui... aprisionada neste antro de perversão.

- O carinho que tenho por ti transcenderá a vida e a morte. Fique certa disso. Já que não poderei me despedir de meus pais, peço que você envie à família petrescu uma carta dizendo de minha jornada e que não me procurem mais. Diga a eles que os amo profundamente e, que com meu novo amor, que será você, desfrutarei das oportunidades e histórias ocultas que o ocidente tem a oferecer.

- Este pedido, meu anjo, creio não ser difícil para você cumprir, não é mesmo?

A voz do rapaz rateia enquanto fala ... é quase um sussurro. Ele estava muito cansado e parecia pouco a pouco se entregar àquele destino cruel. O brilho da vida e felicidade desapareciam paulatinamente do rosto de Vlach.

Vlach começa a raciocinar que tem alguma coisa no seu sexo, no seu gozar, que faz com que a vampira sinta vontade de possuí-lo. Ele começa a pensar que sem tais estímulos Juliette não consegue se alimentar.

O rapaz enquanto está sendo limpo, não consegue se focar em nada apenas em que sua morte está próxima e que não havia jeito aparente de sair daquele cativeiro .... Sua última e derradeira ideia veio naquele momento, ele iria pedir ao seu novo amor para que lhe castrasse e, assim, ele não pudesse satisfazer a fome de Jully!

A castração tinha que ser química, para que a vampira achasse que não conseguiria mais a ele dar prazer .... Neste diapason, ele pediria para ser altamente drogado com opiáceos e coisas do tipo ... para que no momento da transa, a vampira ficasse alucinada também e ele pudesse tomar de seu sangue!

Tirando a sua amada, Vlach começa a rir estupidamente e chamar as camareiras:

- Vamos suas lindas! Eu quero meu banho! Andem logo, pois senão não estarei a altura de July. Mesmo como escravo, garanto que o gosto do meu sangue estará bem mais amargo se eu não estiver feliz.

- Eu não consigo nem imaginar como deve ser ruim serem relegadas a segundo plano, não é mesmo? Que por mais que se matem, se entreguem, se doem, amem ou o que quer que façam, eu ainda serei mais estimado do que vocês e Julliete sempre será mais minha!

- A não ser... é claro. .. que eu não esteja mais aqui. Dessa forma, a sua rainha será única e exclusivamente de vocês.

— Talvez seja melhor matá-lo, então — uma delas diz após um momento de reflexão.

- Pode ser! Realmente é uma ótima saída, tirando o fato que fatalmente Jully iria descobrir e todas vocês seriam mortas pelo complô, faz sentido!

- Contudo, se vocês propiciarem uma fuga para mim, de maneira que eu sequestre uma de vocês, que me nossa simulação eu as agrida e tudo pareça real, simplesmente não há como duvidarem de vocês. Vejam, Jully trepa comigo agressivamente cada vez que vem beber meu sangue e deixa as amarras e o aprisionamento por conta de vocês. Seria fácil por toda a força que fazemos que as amarras se afrouxem e caso eu saia daqui, é incomparável a minha força com a de vocês, principalmente, pelo fato de serem pouco alimentadas com o sangue dela!

- Tudo se encaixaria perfeitamente. Eu fugiria e vocês teriam Jully só para vocês. Ao contrário, se eu morrer, fatalmente vocês perderiam suas vidas e, portanto, ficariam longe da amada mestra de vocês!

Como um bom aristocrata, Vlach nunca se vira numa situação como aquela, no esgoto, fraco e imundo. Mas uma coisa ele sabe ... não dá para não sair dali até o anoitecer ... ele precisa ser rápido e achar uma saída o quanto antes.

Ele decide procurar primeiro por luz e corrente de ar.. caso haja alguma desses fenômenos, ele os iria seguir para encontrar de novo, a liberdade sob a luz do sol.

Vlach apesar de sujo e cheio de excretas, se sente livre como uma criança. Ele não tem nada, não conseguiu pegar suas coisas, mas as vezes a sorte de ser filho de ricos estrangeiros faz com ele apenas com um telefonema possa resolver sua situação.

Ele então corre para o mais longe possível daquela mansão e localiza um telefone público, onde possa ligar para Romênia e pedir a seu pai que providencie uma quarto num hotel no centro de londres, de poucas estrelas para não levantar suspeita e depositar em sua conta uma quantia para que ele pudesse se manter, além de com a reserva encaminha roupas novas. A velha casa de Vlach na inglaterra, como todos os seus pertences estavam agora deixados para trás.

Na hora em que o rapaz ouve a voz, uma paranoia surgem em sua cabeça: "Elas estão por todos os lado!"

Como então o rapaz faria para se salvar? Ele teria que recomeçar sua vida em Londres mesmo. Depois escreveria uma carta a sua família ..... mas só quando pudesse se defender.

O rapaz, então, resolve sair dali e seguir até a capital, lá ele esperaria o pior passar e ligaria para aquela mulher, na casa de sua inimiga, que tinha um carinho por ele ....

OFF: Acabou seu prelúdio. Seja bem vindo a London Guilty Pleasures.

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